"VIDEO QUIT VIDEO" Está tudo em marcha, perfeitamente estruturado para fazer-nos acreditar que precisamos desse consumo desenfreado (desde o marketing, à publicidade passando pelas marcas). "A Nike , por exemplo, aproveita a profunda ligação emocional que as pessoas têm com o desporto e a saúde física. Com a Starbucks, vemos como o café se envolveu na trama da vida das pessoas, e é essa a nossa oportunidade de aproveitamento emocional. (...)" Scott Bedbury, antigo chefe do marketing da Nike, in No Logo, Naomi Klein Artistas plásticos, criadores de moda, designers, músicos, atletas, actores, e romancistas são usados para os seus anúncios. A cultura é a da publicidade. A paisagem é a das marcas. "(...) os patrocinadores empresariais e a cultura se fundiram para criarem uma terceira cultura um universo fechado de pessoas com nomes de marca, produto com nomes de marca e meios de comunicação com nomes de marca", in No Logo, Naomi Klein É a apropriação comercial de toda nossa vida e aspirações. Essa coisa chamada de Entertainment. Ora todos temos Escolha. O olhar do Outro, o facto de sermos cool perante os outros, mais "modernos", atractivos, não deve continuar a impor-se. Temos de seguir cada vez mais o nosso instincto. O livre arbítrio não é uma utopia: Guerilla Girls, caçada anti-cool, arte de cidadania, culture jamming, piratas culturais, activistas contra corporações empresariais. Contra a auto satisfacção de um comércio da arte ainda dominado pelo homem. Com uma arte da performance e do corpo, como fotógrafa e como actriz, simultaneamente sujeito e objecto do trabalho. Lutando contra a actual distribuição do poder artístico, aqui vai um retrato ao estilo dos grandes mestres (homens) numa apropriação do papel atribuído tradicionalmente ao homem: O Pensador de Rodin: arquétipo masculino de fisicalidade e racionalidade. Orquestrado para desconstruir alegorias de feminilidade e masculinidade. « La Libre-Pensée est démocratique, laïque et sociale. Au nom de la dignité humaine, elle rejette le triple joug : du dogmatisme dans tous les domaines et en particulier, en matière religieuse et morale, du privilège en matière politique, du profit en matière économique ». Carta sobre o Livre-Pensamento no Congresso International de Roma (22/11/1904) Ainda temos muito caminho pela frente para sairmos dessa subserviência patriarcal e de paternalismo corporativo que está ancorada nos nossos hábitos diários, na nossa história e memória colectiva. Nos nossos genes. A PAVOROSA ILLUSÃO. 1837 "Ao Leitor. As Nações, humas já quebráram as algemas do despotismo, outras não tardaram a erguer o grito da Liberdade; porque, aquellas desesperáram de se salvar, estas estam a beber as ultimas gotas do fel da tyrannia. Por toda a parte se alevantam os Povos contra a execravel imbecillidade dos reis e a maldita hypocrisia dos sacerdotes. Tão iniqua ha sido a crueldade dos principes e dos frades contra a especie humana, que esta se decidio em fim a sacudir, de viva força, o jugo de ferro que por tantos seculos lhes havia pesado. He já tempo que nós Portuguezes conheçamos a futilidade das illusões com que os nossos avós nos embaláram. Risquemos para sempre da memoria esses ridiculos preconceitos de que nos fartou a superstição, com o perfido intuito de mais a seu salvo nos envilecer." Manuel Maria Barbosa do Bocage. Virginie Duhamel 11/2011
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"VIDEO QUIT VIDEO" Está tudo em marcha, perfeitamente estruturado para fazer-nos acreditar que precisamos desse consumo desenfreado (desde o marketing, à publicidade passando pelas marcas). "A Nike , por exemplo, aproveita a profunda ligação emocional que as pessoas têm com o desporto e a saúde física. Com a Starbucks, vemos como o café se envolveu na trama da vida das pessoas, e é essa a nossa oportunidade de aproveitamento emocional. (...)" Scott Bedbury, antigo chefe do marketing da Nike, in No Logo, Naomi Klein Artistas plásticos, criadores de moda, designers, músicos, atletas, actores, e romancistas são usados para os seus anúncios. A cultura é a da publicidade. A paisagem é a das marcas. "(...) os patrocinadores empresariais e a cultura se fundiram para criarem uma terceira cultura um universo fechado de pessoas com nomes de marca, produto com nomes de marca e meios de comunicação com nomes de marca", in No Logo, Naomi Klein É a apropriação comercial de toda nossa vida e aspirações. Essa coisa chamada de Entertainment. Ora todos temos Escolha. O olhar do Outro, o facto de sermos cool perante os outros, mais "modernos", atractivos, não deve continuar a impor-se. Temos de seguir cada vez mais o nosso instincto. O livre arbítrio não é uma utopia: Guerilla Girls, caçada anti-cool, arte de cidadania, culture jamming, piratas culturais, activistas contra corporações empresariais. Contra a auto satisfacção de um comércio da arte ainda dominado pelo homem. Com uma arte da performance e do corpo, como fotógrafa e como actriz, simultaneamente sujeito e objecto do trabalho. Lutando contra a actual distribuição do poder artístico, aqui vai um retrato ao estilo dos grandes mestres (homens) numa apropriação do papel atribuído tradicionalmente ao homem: O Pensador de Rodin: arquétipo masculino de fisicalidade e racionalidade. Orquestrado para desconstruir alegorias de feminilidade e masculinidade. « La Libre-Pensée est démocratique, laïque et sociale. Au nom de la dignité humaine, elle rejette le triple joug : du dogmatisme dans tous les domaines et en particulier, en matière religieuse et morale, du privilège en matière politique, du profit en matière économique ». Carta sobre o Livre-Pensamento no Congresso International de Roma (22/11/1904) Ainda temos muito caminho pela frente para sairmos dessa subserviência patriarcal e de paternalismo corporativo que está ancorada nos nossos hábitos diários, na nossa história e memória colectiva. Nos nossos genes. A PAVOROSA ILLUSÃO. 1837 "Ao Leitor. As Nações, humas já quebráram as algemas do despotismo, outras não tardaram a erguer o grito da Liberdade; porque, aquellas desesperáram de se salvar, estas estam a beber as ultimas gotas do fel da tyrannia. Por toda a parte se alevantam os Povos contra a execravel imbecillidade dos reis e a maldita hypocrisia dos sacerdotes. Tão iniqua ha sido a crueldade dos principes e dos frades contra a especie humana, que esta se decidio em fim a sacudir, de viva força, o jugo de ferro que por tantos seculos lhes havia pesado. He já tempo que nós Portuguezes conheçamos a futilidade das illusões com que os nossos avós nos embaláram. Risquemos para sempre da memoria esses ridiculos preconceitos de que nos fartou a superstição, com o perfido intuito de mais a seu salvo nos envilecer." Manuel Maria Barbosa do Bocage. Virginie Duhamel 11/2011